Este pretende ser um espaço de divulgação de coisas que venho produzindo ao longo dos anos. Sem pressa. Afinal, "de preguiça em preguiça, também se enche boa linguiça".


segunda-feira, 10 de junho de 2024

Ouvir vozes

Ouvir vozes


então lá do fundo obscuro

uma voz difusa, familar

 disfarça e assunta

(quase questiona?):

– então o que seria,poeta,

  todavia se assim não fosse?

– sabe-se lá? Borboleta? quem sabe o ar?


Ou melhor: um farfalhar de cores vivas,

em movimento curvilíneo inconstante,

flertando com a imprevisível atmosfera.


O que eu queria? Ser a própria poesia


 


quarta-feira, 22 de maio de 2024

Ouvir vozes

segunda-feira, 20 de maio de 2024

palavras em tempos de bala

Poemas em tempos de palavra-bala

Preciso confessar um segredo terrível. 
Sim. Preciso confessar que secretamente 
Te amo

Mas amo você cada vez mais em silêncio
Silêncio quase pecado de padres 
 de púlpitos

Amo como os homens se amam
nos dias de hoje:
em vergonha, nojo e fúria 

Por isso desconfesso com clareza 
esse amor.

Pois se amo

O que fazer desse medo?
O que fazer desse desprezo?
O fazer desse ódio de ti?



domingo, 17 de março de 2024

À procura do amor

Gastei os sapatos e a juventude que tinha procurando o amor
Eis que depois de mal gasta poesia
Dou com ele na rua que não me reconhece
Atravessa uma avenida confusa
Até escoar pelo buraco do metrô

Meus tênis meu poema
Tudo gasto na manhã atordoada
Que é a aventura de amar

Mais que atravessar avenidas de asfalto e lata,
As noites de solidão e sangua

Impressões de viagem

1. 
Desde menino sonhava viajar  pelo espaço entrestrelas que, contra matemático
Sempre achei o menor espaço entre os sóis e os sonhos

2.
Na velocidade tudo faz psiu e tchau

3.

sábado, 16 de março de 2024

OFFício (Apologias & apoplexias)

Ao Sr. Ford

Caro, caríssimo senhor
Venho por meio deste comunicar V. Sria
Conceito fora de série d de linha
Reproduzido enquanto deitado na sombra mole de amendoeira nas areias da Gamboa:

É de preguiça em preguiça que se faz 
melhor linguiça.

Universos & diversos

lll

A mariposa cinza cinzenta na certa zombaria dos arco-íris sucumbidos na noite descrente de borboletas :
mariposas cinza cinzentas, velhas rabugentas
Não têm senso de poesia

terça-feira, 2 de janeiro de 2024

2. (in "Suicídios")

 

filósofo sem nenhum futuro,

sempre pensei na morte de maneira pouco profunda, sem filosofias:

 em síntese

como um mero dia de domingo

sem teorias

nem culpa;

sem as retórica etílica dos sábados

nem o mal-estar niilista das segundas