dentro do meu silêncio não cabe nada
nem eu nem essa saudade afiada
não cabe mais aquele beijo
molhado de suspiro e da chuva invernal
que entristece minhas janelas numa tarde bêbada de memórias inúteis
não
como não cabe essa noite enorme à volta
não não cabe
dentro do meu silêncio não cabe nada
nem a manhã luminosa e fria prostrada na tela da televisão
- essa manhã mão de ferro
a me impor :
sorria ou te devoro
não
nesse silêncio indignado (e ele bem sabe)
nem a mim mesmo cabe
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